segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Manejo do garanhão

Na semana passada falamos do efeito da sazonalidade sobre o cio e as ovulações da égua. Pois bem, nos machos, essas estações têm influência no tamanho do testículo e produção de espermatozoides. Apesar disso, a viabilidade desses espermatozoides não é prejudicada, e o garanhão em condições fisiológicas, apresenta-se fértil durante todo o ano.
Quando for se selecionar o animal que servirá a fazenda como garanhão, deve se levar em conta alguns aspectos importantes tais como:
  • Performance em pista
  • Libido (interesse pelas fêmeas)
  • Caráter e temperamento (O animal deve ser ativo, porém não agressivo)
  • Saúde do animal
  • Fertilidade (Se o animal tem a capacidade de promover gestação na égua)
  • Transmissibilidade (Deve-se avaliar através dos filhotes desse cavalo, se o animal tem capacidade de repassar suas boas características as suas crias)

Entre 11 e 15 meses de idade, o cavalo está na puberdade, e já apresenta espermatozoides no ejaculado, porém, o animal só é considerado pronto para a reprodução com 2 a 3 anos de idade.
Ao se iniciar o uso do jovem cavalo como garanhão pode-se utilizar a seguinte esquema:
  •  1ª estação de monta da tropa: Promover 1 ou 2 coberturas por semana com apenas uma égua.
  • 2ª estação de monta: Garanhão já poderá cobrir 2 éguas, realizando 3 a 4 coberturas por semana.
  • A partir dos 3 anos de idade: O animal já pode ter uma maior frequência de coberturas, mas sempre respeitando os limites fisiológicos dos animais. Pode se realizar até 6 cobrições por semana, sendo uma por dia com um dia de descanso entre uma semana e outra, ou realizar 2 coberturas/dia em dias alternados, atingindo dessa forma 8 coberturas por semana.

É importante lembrar que a higienização de pênis e prepúcio do garanhão antes de se promover coberturas ou coleta de sêmen, com água abundante e sabão neutro é fundamental, para se evitar impurezas no ejaculado que podem prejudicar a fertilidade do animal.


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Estação de Monta e esquema de coberturas

Entre novembro e março, período de primavera e verão, onde os dias geralmente são mais longos principalmente nos locais onde se tem sazonalidade bem definida, ocorre a estação de monta dos equídeos, que é o momento mais adequado para se promover monta natural, assistida, ou inseminação artificial nas éguas da tropa. Mas, porque esse período? O que acontece de especial nesses meses com as éguas?
Bom, os equinos são animais “fotoperiódicos positivos”, o que quer dizer que o aumento da luminosidade captado pelos olhos otimiza produção de hormônios reprodutivos “LH e FSH”. Caso você seja veterinário ou estudante de veterinária, já deve saber que esses hormônios vão promover crescimento folicular e maturação dos folículos, gerando cio e ovulação da égua. Não entraremos em detalhes, mas o fato é que essa estação está ligada ao aumento da luminosidade que favorece as características reprodutivas da fêmea.

Nesses meses, espera-se que a égua tenha vários ciclos estrais de 21 dias aproximadamente, onde se tenha em cada ciclo, um cio com duração média de 7 dias, sendo geralmente mais curto (2 a 4 dias) em éguas mais jovens, e mais longo nas mais velhas (8 a 9 dias). Essas informações são muito importantes para se saber o momento certo de realizar a monta ou inseminação, isso porquê a ovulação ocorrerá de 24 a 48 horas antes do fim do cio, e esse é o momento em que se deve introduzir espermatozoides viáveis na égua para que se tenha a fecundação, ou seja, nessa hora é que se deve realizar a cobertura.

Seguindo essas informações e com utilização de um rufião para detecção do cio, pode se realizar o esquema de coberturas ou inseminações a seguir:

1-      Em éguas jovens, promover inseminação ou cobertura no primeiro dia de cio, e seguir repetindo o processo dia sim, dia não até que a égua não aceite mais rufião ou garanhão.

2-      Nas éguas mais experientes reprodutivamente, deve-se promover cobertura ou inseminação dia sim, dia não a partir do terceiro dia do estro, até que a égua saia do cio.

Existem outros esquemas de cobertura utilizados que também são comprovadamente eficazes, porem todos seguindo os mesmos princípios visando se acertar o momento correto de promover cobrição e se conseguir a prenhez.
A partir do 15º dia após o fim do esquema de cobertura, se repete a passagem do rufião diariamente. No caso de retorno ao cio, a égua não está prenhe, e deve-se repetir a cobertura ou inseminação, já no caso da fêmea não aceitar o rufião, temos prenhez diagnosticada, que pode ser confirmada por palpação retal e ultrassonografia para se verificar presença de corpo lúteo (estrutura que permanecerá liberando progesterona para manter a gestação até o 4º ou 5º mês, quando a placenta assume esse papel). Todos esses exames devem ser repetidos aos 20, 30, 45 e 60 dias após cobrição para verificar se a égua “segurou” a gestação nesse período inicial que é mais fácil de se ocorrer perda da cria.