Entre novembro e março, período
de primavera e verão, onde os dias geralmente são mais longos principalmente
nos locais onde se tem sazonalidade bem definida, ocorre a estação de monta dos
equídeos, que é o momento mais adequado para se promover monta natural,
assistida, ou inseminação artificial nas éguas da tropa. Mas, porque esse
período? O que acontece de especial nesses meses com as éguas?
Bom, os equinos são animais
“fotoperiódicos positivos”, o que quer dizer que o aumento da luminosidade
captado pelos olhos otimiza produção de hormônios reprodutivos “LH e FSH”. Caso
você seja veterinário ou estudante de veterinária, já deve saber que esses
hormônios vão promover crescimento folicular e maturação dos folículos, gerando
cio e ovulação da égua. Não entraremos em detalhes, mas o fato é que essa
estação está ligada ao aumento da luminosidade que favorece as características
reprodutivas da fêmea.
Nesses meses, espera-se que a
égua tenha vários ciclos estrais de 21 dias aproximadamente, onde se tenha em
cada ciclo, um cio com duração média de 7 dias, sendo geralmente mais curto (2
a 4 dias) em éguas mais jovens, e mais longo nas mais velhas (8 a 9 dias).
Essas informações são muito importantes para se saber o momento certo de
realizar a monta ou inseminação, isso porquê a ovulação ocorrerá de 24 a 48
horas antes do fim do cio, e esse é o momento em que se deve introduzir
espermatozoides viáveis na égua para que se tenha a fecundação, ou seja, nessa
hora é que se deve realizar a cobertura.
Seguindo essas informações e com
utilização de um rufião para detecção do cio, pode se realizar o esquema de
coberturas ou inseminações a seguir:
1- Em
éguas jovens, promover inseminação ou cobertura no primeiro dia de cio, e seguir
repetindo o processo dia sim, dia não até que a égua não aceite mais rufião ou
garanhão.
2- Nas
éguas mais experientes reprodutivamente, deve-se promover cobertura ou
inseminação dia sim, dia não a partir do terceiro dia do estro, até que a égua
saia do cio.
Existem outros esquemas de
cobertura utilizados que também são comprovadamente eficazes, porem todos
seguindo os mesmos princípios visando se acertar o momento correto de promover cobrição
e se conseguir a prenhez.
A partir do 15º dia após o fim do
esquema de cobertura, se repete a passagem do rufião diariamente. No caso de
retorno ao cio, a égua não está prenhe, e deve-se repetir a cobertura ou
inseminação, já no caso da fêmea não aceitar o rufião, temos prenhez
diagnosticada, que pode ser confirmada por palpação retal e ultrassonografia
para se verificar presença de corpo lúteo (estrutura que permanecerá liberando
progesterona para manter a gestação até o 4º ou 5º mês, quando a placenta assume esse papel). Todos
esses exames devem ser repetidos aos 20, 30, 45 e 60 dias após cobrição para
verificar se a égua “segurou” a gestação nesse período inicial que é mais fácil
de se ocorrer perda da cria.
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