quarta-feira, 20 de abril de 2016

Anemia infecciosa eqüina (AIE)



A anemia infecciosa eqüina (AIE) é uma doença infecto-contagiosa, causada por vírus do gênero Lentivirus, da família Retrovírus, quando o animal é acometido não há perspectiva de cura. É caracterizada, principalmente, por períodos febris, anemias, hemorragias puntiformes embaixo da língua, inchaço no abdômen, redução ou perda de apetite, depressão e hemorragia nasal. A doença afeta também os asininos (jumentos e jumentas) e muares (burros e mulas).

O vírus da AIE, também conhecida como febre dos pântanos e AIDS eqüina é transmitido por meio de sangue de um animal infectado, através da picada de mutucas e das moscas do estábulo, podendo ocorrer também através do uso compartilhado de materiais contaminados, como agulhas, aparadores de cascos, sonda esofágica, esporas, etc. É possível a transmissão através da placenta, do colostro e do acasalamento (THOMASSIAN 2005).

O diagnóstico da AIE é feito através do teste de Coggins ou Imunodifusão em Gel de Agar (IDGA), em que as amostras colhidas pelo médico veterinário segue para o laboratório, onde são feitas as análises.  Se caso positivo, o animal devera ser isolado e posteriormente sacrificado, a propriedade ficara interditada e todos os animais devem ser reexaminados pelo teste de sorológico. É importante ressaltar que cavalgadas e vaquejadas são considerados de alto risco para a disseminação da doença, caso ocorram sem critérios sanitários.

A prevenção é feita através de medidas sanitárias, como a eliminação dos animais infectados, atenção para não fazer uso de instrumentos contaminados e rígido controle de insetos, impedindo assim a transmissão da doença.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Osteodistrofia fibrosa (Cara inchada)

A cara inchada é consequência de um estado nutricional deficiente em cálcio (Ca), que pode ser primária, quando decorrente de uma baixa ingestão desse mineral na alimentação do animal, obrigando o organismo a mobilizar o Ca depositado nos ossos, ou secundária, quando se tem uma dieta muito rica em fósforo (P), e o organismo retira Ca dos ossos para manter o equilíbrio metabólico de Ca:P.
Outros fatores que podem levar a osteodistrofia fibrosa, são a ingestão de Brachiaria decumebens como alimento volumoso, e a deficiência de vitamina D, por insuficiente irradiação solar ultravioleta na pele, em animais estabulados. Deficiência de cobre, ou envenenamento crônico por esse elemento, também são importantes no desencadeamento dessa doença. 
Os sinais são menos acentuados nos animais adultos do que nos jovens. Classicamente, os ossos do animal afetado estão comumente “moles”, esponjosos e deformados devido a perda mineral de Ca, principalmente na cara, onde a crista facial e osso maxilar apresentam-se salientes, proporcionando o aspecto característico da “cara inchada”. Em casos mais graves, pode haver também engrossamento dos ramos horizontais da mandíbula. Os dentes, podem se desgarrar do alvéolo, e propiciar instalação de alvéolo-periostite, além disso, esses animais estão muito propensos à fraturas graves principalmente em ossos longos e coluna vertebral.
Para tratamento dessa enfermidade, deve-se regularizar o metabolismo mineral do animal acometido, principalmente o equilíbrio Ca:P. Para tal, deve-se de imediato, suspender o fornecimento de alimentos ricos em P, (principalmente milho e farelo de trigo), e alimentar o animal apenas com pastagens de boa qualidade. Paralelamente, pode-se injetar uma vez ao dia 0,5 ml/Kg de solução a 10 % de cálcio IV, e no sal mineral ou concentrado vitamínico, pode ser adicionado 30 a 50 g de carbonato de cálcio ou fosfato bicálcico ao dia.
A chances de recuperação aumentam quando o tratamento é instituído precocemente, portanto, a identificação rápida do problema, para rápida correção é muito importante nesses casos.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Entrópio


Entrópio é a inversão da margem palpebral para dentro do olho, permitindo que os cílios e o pêlo das pálpebras entrem em contato com a córnea e a conjuntiva, o que pode levar a ulceração corneana e descarga ocular purulenta (SLATTER, 1998).

Devido ao entrópio causar danos no globo ocular, os sinais que observamos em animais com essa enfermidade são epífora, blefaroespasmo (contração da pálpebra), inversão do bordo palpebral, edema local e secreção mucopurulenta. Esses fatores são de fácil observação, e o diagnóstico é feito facilmente por inspeção direta.

A contração do musculo orbicular reflexa a uma irritação contínua no olho, pode acarretar num ENTROPIO ESPÁSTICO em animais de qualquer idade. Essa afecção geralmente é unilateral, e o tratamento desse tipo de entrópio, quando recente, é baseado na remoção do agente causador na irritação, e na eversão dos pelos para fora do olho com suturas de colchoeiro das pálpebras ou bloqueio do nervo palpebral (FRASER, 1996).

Todavia, a negligencia em não tratar o entropio espástico faz com que o mesmo permaneça por algumas semanas, o que pode levar a afecção a se tornar permanente, exigindo uma correção cirúrgica, através de um  procedimento de baixa complexidade  (técnica de Holtz-Celsus), que consiste na excisão de uma prega de pele em forma de meia lua a 2 ou 3 mm da margem palpebral seguida de sutura convencional.